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Como funciona Magia Caótica

Cada época possui seu respectivo método de aplicar magia, presumindo-se que tecnologia deveria facilitá-los. Lembro que todas, cada qual em sua época, nada mais são do que linguagens de com ocada praticante vê a sua realidade. Diversos Sistemas de Magia, em sua totalidade, sempre coexistiram, o que mudou é a ênfase que se dá a cada Modelo em determinadas circunstancias.
Mas estas abordagens não passam de ilustrações de processos reais, embora de grande utilidade. Alguns modelos apresentados a seguir podem ser meios para a compreensão das possibilidades aos Sistemas de Magia mais conhecidos, em vez de explicações finais e definitivas.

•       O Modelo Espiritual
•       O Modelo da Energia
•       O Modelo Psicológico
•       O Modelo Informático
•       O Meta-Modelo

O Modelo Espiritual

Este é provavelmente o mais antigo Modelo da Magia, embora talvez tenha surgido logo depois ou simultaneamente com o Modelo da Energia. Podemos achá-lo por todo o planeta, em culturas xamânicas assim como nos fundamentos básicos de algumas das grandes religiões. A premissa deste Modelo é a suposição da existência de agentes autônomos do além. O xamã ou sacerdote aprende como participar dessa outra realidade de forma espontânea e intencional, por conhecer seus costumes, linguagem especifica e ter feito amizades. Nesse toda Magia é realizada pelo intermédio desses agentes, percebida como qualquer efeito “sobrenatural” causado por essas entidades que geralmente são invisíveis, e a função do adepto é a de transformar sua vontade em realidade, por meio de preces, troca, ou talvez até ameaças, na aplicação de determinação e versatilidade intelectual. Modelo prevalecente nos estilos tradicionalistas ou dogmáticos até os dias atuais, como Franz Bardon e John Dee.
O Além possui sua geografia própria coexistente com lugares da vida cotidiana. A chave para acessá-lo é por meio de estados de consciência alterado, uso de substâncias controladas, ou êxtase místico como especialidade do xamã.

O Modelo da Energia

No Ocidente foi marcado pelo Mesmerismo, pelo final do século XVIII. Anton Mesmer foi considerado pelos seus pacientes como um "fazedor de milagres", redescobriu disciplinas antigas do hipnotismo e magnetismo. Popularizou a noção de "magnetismo animal", percebida como força sutil manifesta em todo organismo, ou com amplo uso de imãs terapêuticos.
A Revolução Francesa tenha atrapalhou o movimento iniciado por Mesmer, mas suas idéias não foram perdidas. Levadas adiante por ocultistas, estes as utilizaram a desenvolverem suas teorias sobre o funcionamento da Magia. Bulwer Lytton, que postulou sobre uma energia sutil que denominou de Vril, provavelmente derivando do termo virilitas, que em latim significa "força, poder ou energia". Vitalistas da Biologia que apareceram mais ou menos ao mesmo tempo. Reichenbach, com seu Od, Eliphas Levi e sua Luz Astral e Madame Blavastky aderiu a ideia de Prana, originaria da filosofia da Yoga.  A antropologia e a etnologia descobriram o costume corrente na Polinésia da utilização do Mana e os estudiosos das tradições orientais começaram a pesquisar a noção chinesa de Ki ou Chi.
Na sua pura forma prescinde da ação de agentes transcendentais. O próprio Cosmo é algo "vitalizado" por forças ou energias invisíveis e a principal tarefa do adepto é aprender a perceber e manipular esses fenômenos. Como tudo que existe é basicamente uma manifestação natural dessa energia, a suposição da existência de um "outro plano de existência" é desnecessária. Sua chave é a percepção, utilização e controle desses fatores na meditação transcendental, ou a gnose. Suas teorias e praticas podem ser encontradas nos trabalhos de diversos autores, mas sua maior popularidade foi alcançada durante a década de 70, com o advento da chamada "Era de Aquário", que disseminou a crença em chakras e na kundalini.

O Modelo Psicológico

Desde a teoria do Sub-Consciente de Sigmund Freud de repente o ser humano era visto como um organismo apenas no controle parcial de si. Na única premissa que o sub-consciente, ou o que Carl Jung chamou de Inconsciente, fará o necessário para que a operação bem sucedida da magia, inclui o transe, auto-sugestão e a utilização de símbolos como um input sensorial seletivo. Estas ferramentas para associação e método de comunicação entre a vontade consciente e sua capacidade inconsciente que causará os efeitos na realidade.
Austin Osman Spare com seu  Alfabeto do Desejo e sua Magia de Sigilos baseou-se diretamente no Modelo Psicológico. Seu brilhante sistema pode ser compreendido como uma inversão da teoria dos complexos de Freud: ao suprimir ativamente sua vontade na forma de um símbolo gráfico e posteriormente esquecendo seu significado, ao criar um "complexo artificial" que então começa a atuar de maneira semelhante aos traumas inconscientes e suprimidos que causam o comportamento neurótico. Este é o mago programador de símbolos e de diferentes estados de consciência, não precisando de um plano de realidade transcendente nem mesmo de uma forma sutil de energia, embora na prática possa trabalhar do ponto de vista de que um ou outro e talvez ambos, existam de fato e são manipulados pelo seu inconsciente.

O Modelo Informático

Este Modelo Informático da Magia se desenvolve desde 1987 numa direção polêmica do que tomará no futuro, nas premissas:

a) Energia é cega, precisando informação a determinar o que deve ser feito. Chamadas Leis da Natureza ou ainda comandos diretos ou estatutos de vontade.

b) Informação não possui massa ou energia. Portanto mais rápida que a luz e não encontra as mesmas limitações do Espaço-tempo Continuum de Einstein, a ser transmitida ou adquirida em todos lugares de qualquer tempo. Em analogia, pode se conectar mais aos fenômenos quânticos do que a relação relativística entre massa e energia. No entanto pode aderir a algum meio, alguma organização ou a qualquer aparelho de arquivamento de memória.

A existência de um campo morfogênico como postulado por Rupert Sheldrake explica a transmissão de informação. A aplicação desse Modelo em construção trouxe um Sistema de Magia designado de Cyber-Magia, derivado de "cybernetics", ou seja, a "ciência dos sistemas de controle". Isso ainda está em discussão, mas não aparenta ser essencial para explicação do modo como a Magia opera, pois esta não depende do estado de transe para atingir efeitos, quando o cyber-mago ativa seus próprios bancos de memória com o seu cérebro e coluna vertebral ou de outros praticantes. Esta pessoa então transfere a informação desejada de forma análoga ao comando de copy-paste, para não perder informações neste processo. Este processo de copia e transmissão permite a famosa "mala-direta astral", tão em voga hoje como os chamados 'spams', na magia esparramando programações mentais como as mensagens subliminares utilizadas por várias empresas no cinema e televisão. A base é o sistema básico de vida sempre operante, para que qualquer desta magia se concretize. Fora ou dentro de sistemas automáticos, esta técnica exige domínio dos efeitos da kundalini auxiliados por yoga e meditação a ser utilizado na mesma. Apesar de molde moderno, muitos gurus antigos já usavam deste procedimento para transmissão de todo seu conhecimento a um adepto antes de sua morte, por longa meditação em parceria..

O Meta-Modelo de Magia

A magia do Caos nasceu para soltar as rédeas de um grande potencial mágicko acumulado por eras do que o ser humano era e negou ser: Livre.
Nada é Verdadeiro, e Tudo é Permitido” serviu como gatilho ao lançamento de muitos magos e magas moribundos, semi-mortos  pendurados sobre pirâmides de poder ancestrais. Ok... Vão me lembrar de que "os métodos mais simples são geralmente os mais efetivos" numa possível relação... Pode ser, assim como usar sempre o modelo mais adequado aos seus objetivos. Mas isto não implica que use somente um método.
Cada necessidade traz origem a um novo método e, diante das circunstâncias, a mesma necessidade pode trazer novas atitudes. Mas ao escolher os métodos para formar a ritualística escolhida, considere o tempo também.
Outro fator de grande importância é o tempo. Enquanto os rituais tradicionais realizados de acordo com o Modelo Espiritual podem durar dias ou mesmos meses para se completarem, operações contextualizadas no Modelo da Energia nunca levam mais do que algumas horas. Caso considerarmos as técnicas de sigilização de Austin Osman Spare, adaptadas estritamente ao Modelo Psicológico, qualquer operação mágicka pode ser completada em poucos minutos.  No Modelo Informático, no entanto, esses rituais podem ser feitos instantaneamente, tanto melhor se forem espontâneos e involuntários.
Tentarei considerar os aspectos principais de cada Modelo e assim abordar hipóteses de união entre estes, apesar das diferenças.
No Modelo Espiritual as causas, ou energias trabalhadas são seres ou entidades com os quais o xamã ou adepto trabalhará a obter as reações necessárias. Devidamente realizada a atividade, a pessoa xamá conseguirá sua meta.
No Modelo da Energia é tudo energia, onde toda a atitude de seus praticantes gira ao redor do equilíbrio destas várias energias que formam o ser humano.
No Modelo Psicológico as atividades são voltadas ao interior da pessoa afetada para que esta consiga seu sucesso.
No Modelo Informático reflete bem o sistema de energia, mas olhado sob o prisma psicológico. Pode chamar este de sistema "sincronizado", que até vale considerar isto. Parece um pouco com o velho "pir-lim-pin-pin", ou com a pílula que o Neo toma para sair de matrix, onde tudo se resolve num piscar de olhos, mas de fato este modelo engloba conceitos psicológicos de impacto com as fontes do Modelo de Energia, mas sob comandos automáticos.
No Meta-Modelo as atividades são escolhas particulares de seus praticantes, e o mecanismo é um encaixe de valores conforme os paradigmas aceitos pela pessoa. Parecido com o modelo informático, onde se unem conceitos psicológicos com os de energia, no Meta-Modelo a prática é mais ampla. Embora muito simples, está longe de ser ultraje ao relativismo implícito no Meta-Modelo. Todos modelos são línguas diferentes para dizerem a mesma coisa, então quanto mais tempo dedicar a explicar algo para alguém que não quer entender outros modelos, mais perdidos estará.

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